INFORMÁTICA PARA TODOS é um programa de Rádio transmitido em cerca de 50 Rádios Locais do Continente e Ilhas desde Setembro de 2003

A fim de facilitar a consulta de alguns dados ou ajudas que nem sempre é possível fixar durante a transmissão de um programa de Rádio deste género e corresponder aos constantes pedidos de vários ouvintes e mesmo alguns organismos para que os respectivos textos lhes sejam fornecidos, tomei a decisão de os colocar neste espaço da Internet assim como uma versão áudio do programa de Rádio, existindo neste caso um link para aceder ao texto. Deste modo serão facilmente consultados.

Como se compreende, tanto os textos como as versões áudio de cada programa só aqui serão colocados uma semana depois, pelo menos, daquela em que foram transmitidos via rádio e segundo o possível interesse da sua consulta.

Eventualmente aqui estarão também outros programas mais antigos que tenham merecido algum destaque pelos conteúdos que divulgaram.

Gil Montalverne


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2.10.11

PROGRAMA DE INFORMÁTICA EM RÁDIOS LOCAIS
19/25_SETEMBRO_2011
Emissão nº 377




Neste Programa:
Prémio de Design em Nova York para investigador português.
Vão chegar os DVDs indestrutíveis
Security Cards (SD) podem durar mais de 100 anos


Dar o devido destaque ao que é nosso, ao que se faz no nosso país de tão valioso que é reconhecido além-fronteiras, é um dever que desde a primeira hora sempre temos feito neste espaço em que falamos da área da tecnologia informática. E com muito mais razão o devemos fazer nos momentos difíceis que estamos a atravessar. Haja alguma coisa em que nos distinguimos no sentido positivo. É o que vamos fazer referindo aqui um trabalho de um português que está neste momento presente no Museu de Arte Moderna – Moma – de Nova York. Pedro Miguel Cruz, jovem de 26 anos, investigador da Universidade de Coimbra, é o único português que mereceu essa distinção com o seu trabalho de design ‘Visualizing Lisbon’s Traffic’. Trata-se de um vídeo que pode portanto ser admirado na exposição de design ‘Talk to me’, que foi inaugurada a 24 de Julho e estará patente até 7 de Novembro no MoMA. Quem se der ao trabalho de procurar na NET pelo seu nome Pedro Miguel Cruz, terá oportunidade de admirar algumas fotografias retiradas desse vídeo e que demonstram desde logo o porquê desta distinção mesmo antes de saber de imediato o que o trabalho significa. Mas vamos então ao projecto propriamente dito. Chama-se “Visualizing Lisbon’s Traffic”, isto é, traduzindo, “Visualizando o tráfego de Lisboa”. Trata-se com efeito de um vídeo que também pode ser visto através de um link para o Vimeo no site de Pedro Miguel Cruz. Assistimos durante uns escassos minutos ao que foi proporcionado pelo tráfego na cidade Lisboa durante 24 horas. È difícil descrever aqui o que é apresentado nesse visionamento. Claro está que não são os veículos que são vistos. Mas sim um mapa com o movimento representado numa série de traços coloridos em variantes de verde e vermelho que vão modificando o seu aspecto, mais grossos ou mais finos, em tudo muito semelhantes ao que se poderia passar em artérias de circulação sanguínea de um organismo vivo. Pedro Cruz fez portanto um mapeamento de dois milhões de registos GPS de coordenadas e velocidades de 1.534 táxis que circularam em Lisboa ao longo de um mês, em 2009. E, como dissemos, as artérias da cidade mais parecem artérias do aparelho circulatório. É que no vídeo, os dados fornecidos pelo GPS foram condensados numa animação que retrata com uma imagem elegante a dinâmica da circulação automóvel durante um dia, como se o mapa da cidade fosse “um organismo vivo”. O trabalho deste jovem investigador do Centro de Informática e Sistemas da Universidade de Coimbra recorre portanto à engenharia informática e ao design gráfico para apresentar "uma média visual" daqueles dados.
No vídeo, coordenadas e velocidades são agrupadas por segundo e codificadas por cor. “A espessura e cor traduzem a intensidade de tráfego, com cores quentes indicando o tráfego lento e cores frias indicando tráfego em movimento rápido, tornando-se fácil identificar zonas susceptíveis de sofrerem engarrafamentos”, como aliás o autor explica um resumo do projeto incluído no referido site da exposição. De acordo com a nota, esta é “uma forma inovadora de transmitir informações úteis do dia-a-dia”, que pode vir a ser uma aplicação para a tecnologia móvel que ajude na hora de decidir caminhos. "Aliámos forma e função, qualidade científica e estética”, acrescenta Pedro Cruz.
Acrescentamos que esta não é a primeira distinção deste professor da licenciatura e do mestrado em Design e Multimédia da Universidade de Coimbra. Venceu o Prémio SIGGRAPH 2010 e o ‘Seeds of Science Junior’, já este ano. Não percam portanto uma visita, já que não será possível a todos deslocarem-se ao Museu de Arte Moderna de Nova York, fazê-lo na Internet, bastando colocar o nome do nosso jovem investigador, Pedro Miguel Cruz, no Google.
SEPARADOR:
Vêm aí os DVD indestrutíveis. Pois é verdade que a notícia foi dada pela LG e a Milleniata mas nós ainda nos recordamos que quando há vários anos atrás foram lançados os primeiros CDs nos foi dito que poderiam durar mais de cem anos e afinal sabemos que não é verdade. E se não forem bem guardados ao abrigo da luz e outros agentes que possam molestar aquela fina camada onde colocamos os nossos ficheiros tudo pode acontecer e ficam inacessíveis em pouco tempo. Sabemos, é claro que tudo tem mudado e hoje estão muito mais fiáveis. Mas enfim. Estes DVDs indestrutíveis, como lhes chamam, custam pouco mais de dois euros, mas podem durar tanto como uma pedra. A comparação não é nossa – repetimos – e é o fabricante que o afirma nestes termos. É evidente que se aceita que algum melhoramento houve mas daí à comparação com uma pedra... São DVD, mas em breve podem passar por discos Blu Ray também. A LG e a Milleniata deram então a conhecer este novo DVD como indestrutível. E vai chamar-se ou chama-se M-Disc. As marcas não dizem como criaram um disco capaz de superar os 100 anos de duração máxima que um DVD pode alcançar - desde que seja tratado com todos os cuidados, é claro, como há pouco dissemos - mas lembram que os M-Disc têm as características de uma pedra. Para provar esta capacidade de resistência, os DVD foram submetidos a testes em recipientes cheios de nitrogénio líquido ou de água com temperatura a 80 graus - e segundo rezam as crónicas, os discos não terão perdido os dados que continham. Os M-Disc podem ser reproduzidos pelos leitores de DVD actuais, desde que se proceda a uma actualização de firmware, segundo a notícia que veio publicada on El País. LG e a Milleniata garantem que, em breve, os M-Disc também poderão vir a ter, brevemente, a mesma capacidade de armazenamento de um disco Blu-Ray. Com uma velocidade de gravação de 4,7 GB em 15 minutos, os M-Disc deverão estrear no mercado com preços de três dólares ou seja cerca de 2,1 euros como já referimos por unidade. Cá ficamos a aguardar. No entanto e a propósito desta questão da durabilidade de 100 anos recordemos que já no ano passado, em Julho de 2010, a Sandisk, conhecida pelos seus óptimos cartões de memória lançou os seus novos cartões de memória digital SD WORM que são “Write Once Read Many”, ou seja, uma vez gravada a informação no cartão, é imediatamente protegida contra modificações e tem um tempo de vida útil de 100 anos e são compatíveis com cartões de memória digital SD convencionais, podendo ser utilizados em qualquer dispositivo com interface de leitura e escrita de memoria digital SD. A tecnologia WORM desenvolvida pela SanDisk assegura a conveniência de um cartão de memória digital SD com a longevidade de outros suportes tipicamente analógicos, garantindo a integridade da informação durante pelo menos 100 anos em condições ambientais normais. As múltiplas aplicações vão desde a preservação de informação de caixas registadoras para efeitos de obrigações fiscais como a utilização na recolha de provas fotográficas em locais de crime pelas unidades forenses da policia. 100 anos é de facto muito tempo. Ou não é nada, se compararmos com outras formas de preservação do conhecimento que chegaram até nós e tiveram a sua origem há milhares de anos. Oxalá, estas novas formas o preservem para futuras gerações. Esta ideia não é nossa, acreditem!