INFORMÁTICA PARA TODOS é um programa de Rádio transmitido em cerca de 50 Rádios Locais do Continente e Ilhas desde Setembro de 2003

A fim de facilitar a consulta de alguns dados ou ajudas que nem sempre é possível fixar durante a transmissão de um programa de Rádio deste género e corresponder aos constantes pedidos de vários ouvintes e mesmo alguns organismos para que os respectivos textos lhes sejam fornecidos, tomei a decisão de os colocar neste espaço da Internet assim como uma versão áudio do programa de Rádio, existindo neste caso um link para aceder ao texto. Deste modo serão facilmente consultados.

Como se compreende, tanto os textos como as versões áudio de cada programa só aqui serão colocados uma semana depois, pelo menos, daquela em que foram transmitidos via rádio e segundo o possível interesse da sua consulta.

Eventualmente aqui estarão também outros programas mais antigos que tenham merecido algum destaque pelos conteúdos que divulgaram.

Gil Montalverne


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8.2.12

PROGRAMA DE INFORMÁTICA PARA RÁDIOS LOCAIS
31JAN/05FEVEREIRO_2012
Emissão 396


Neste Programa:
Censura na NET? Reacções
Dia Europeu Internet Segura


No momento em que gostaríamos de falar sobre o dia 7 de Fevereiro, já na próxima semana, a propósito do dia Europeu da Internet Segura (e já lá iremos) deparamos com uma série de notícias que não são nada agradáveis nesta área da Informática e às quais não podemos deixar de fazer aqui referência. Comecemos pela SOPA. Não se admirem pois não se trata do normal início de uma refeição saudável. Esta SOPA não é nada saudável como vão ter ocasião – os que não sabem – de saber o que significa. SOPA são as iniciais de Stop Online Piracy Act, em tradução livre Parar a Pirataria Online, o que no essencial estamos de acordo, mas neste caso passa-se nos Estados Unidos e tende a aprovar medidas extremas que podem conduzir à proibição de sites de conteúdos na Internet. A Wikipedia esteve encerrada durante 24 horas como sinal de protesto contra esta SOPA, equivalente a um projecto de lei em vias de ser aprovado pela Casa dos Representantes dos Estados Unidos. No conhecido site da Wikipedia podia ler-se que “as propostas legislativas norte-americanas vão «censurar e reprimir a maior comunidade livre do mundo» e «destruir a liberdade que possibilitou a Wikipédia ser o que ela é hoje». E como a Wikipedia outras grandes empresas como a Google manifestaram também a sua oposição. De facto uma coisa é criar sistemas que evitem a pirataria e outra é retirar a liberdade de qualquer cidadão poder aceder às fontes de conhecimento que existem na Internet. A ISOC, Internet Security Organization, a cuja secção em Portugal eu próprio pertenço, também já se manifestou contra a SOPA. A Internet Society reconhece a necessidade de serem criadas medidas que evitem o cibercrime e os conteúdos ilegais como a pornografia e outros, encorajando processos técnicos e policiais que colaborem internacionalmente para criar as necessárias soluções mas procurando-as na sua fonte e não de molde a que a internet corra o risco de se tornar uma plataforma bloqueada.
Também Vivien Reding no seu discurso numa conferência sobre protecção de dados na Internet, que teve lugar em Munique e difundida em Bruxelas, a propósito do encerramento esta semana do site da Megaupload, que alguns de nós utilizamos, assegurou que a União Europeia não contempla o bloqueio de Internet como opção de protecção dos direitos de autor."A protecção dos direitos de autor não pode ser utilizada como pretexto contra a liberdade na Internet". Trata-se de uma falsa questão – afirmou - e está a ser aproveitada pelo capitalismo neoliberal para proibir a liberdade de expressão e de acesso à informação num universo considerado subversivo para os grandes interesses económicos. A Internet está a despertar os Povos, levando-os a pôr em causa os monopólios e os jogos de poder instalados e isto é considerado perigoso para as elites. Um Povo ignorante é fácil de ser controlado e escravizado Mas referimos no início várias notícias preocupantes e de facto não podemos deixar de chamar a atenção e também o nosso repúdio por uma proposta que está em vias de ser aprovada na Assembleia da Republica, conhecida por Proposta 118 e que visa alterar a lei da cópia privada, fazendo incidir umas taxas específicas entre 2 e 50 cêntimos por cada gigabyte em dispositivos de armazenamento, desde discos rígidos, pens USB, DVDs e telemóveis ou tablets com armazenamento interno. Isto significa que um disco de 500 gigas por exemplo mais 10 Euros mas um Smartphone de 16 gigas pagaria mais 8 Euros. Tudo isto para proteger os direitos de autor e combater a pirataria. Ora todos sabemos que está desde há muito autorizada a cópia privada de qualquer software por questões de segurança e igualmente como citamos aqui o director da Revista Exame Informática Pedro Tróia, “se tenho uma câmara de vídeo e guardo os filmes num disco rígido, porque é que se tem de dar dinheiro à Margarida Rebelo Pinto?” E eu que até pertenço à Sociedade de Autores estou plenamente de acordo. A propriedade intelectual tem de ser protegida e evitada a pirataria, mas não é assim. Entretanto a AGECOP A Associação para a Gestão da Cópia Privada diz que o Projecto de Lei 118/XII pretende aplicar aos equipamentos electrónicos as referidas taxas, elas devem ser suportadas pelos distribuidores e representantes das marcas, mas todos sabemos no que isso acabará por conduzir: simplesmente ao bolso do consumidor que somos todos nós. E há mais coisas que nos preocupam mas ficam para o próximo programa.
SEPARADOR:
Falemos então e continuando com o tema Internet sobre o dia Europeu da Internet Segura que tem lugar este ano a 7 de Fevereiro. Em Portugal as actividades relacionadas com este dia são coordenadas pelo projecto SeguraNet, que está a promover junto dos estabelecimentos de ensino a organização de iniciativas sob o lema «Aproximar Gerações», que é o mote do Dia da Internet Segura 2012. Será ainda disponibilizado, em breve, um site para que as escolas possam registar as actividades que vão desenvolver neste domínio e dar a conhecê-las à restante comunidade escolar. No dia 7 de Fevereiro irá decorrer um evento que juntará professores e alunos à volta da discussão do tema escolhido para a edição deste ano do Dia da Internet Segura.
A sensibilização e a consciencialização para uma utilização mais segura da Internet pelos cidadãos, envolve em Portugal, entre outros organismos, a UMIC, Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular e Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN). A principal finalidade é “Alertar, informar e consciencializar os jovens acerca da importância de uma convivência segura na utilização da web. Mobilizar os adultos para a utilização destas tecnologias e contribuir para o estímulo ao seu uso extensivo e sistemático em linha; Incentivar as famílias a trabalhar conjuntamente na descoberta segura do mundo digital. As várias sessões que já estão programadas serão dirigidas a um público-alvo que inclui Crianças e jovens dos 6 aos 18 anos mas também Adultos (professores, educadores, pais e avós.) Aconselhamos vivamente a consulta do site www.seguranet.pt. Nele se encontra uma variedade de conselhos, alertas, utilização das redes sociais, etc. dirigidos sobretudo aos jovens mas não só. Os jovens alunos passam cada vez mais tempo em actividades que requerem a utilização de tecnologias da informação e comunicação, quer como recurso para realizar tarefas escolares, quer como meio de ocupação dos tempos livres. A importância destes meios e as suas potencialidades pedagógicas são hoje reconhecidas e aceites. No entanto, como em tantas outras situações, a sua utilização requer alguma preparação e cuidados para que não se corram riscos desnecessários. Assim, as crianças aprendem, desde muito cedo, a não atravessar a rua fora das passadeiras e a colocar o cinto de segurança quando andam de carro. De igual forma, devem ter consciência de que nem tudo o que encontram na Internet tem a mesma importância e veracidade, de que nem todos os conteúdos são adequados a todas as idades e de que nem todas as relações têm o mesmo grau de fiabilidade. Só assim poderão utilizar estas ferramentas de forma crítica e segura, decidindo a cada momento os seus caminhos, cientes dos riscos que correm. SeguraNet ensina de facto a utilizar a Internet com segurança.